quinta-feira, 28 de abril de 2011

Por que sinto Saudades?


A saudade às vezes dói. Sinto saudades porque tenho recordações, lembranças inesquecíveis. Angustiante pela lacuna, mas vibrante por se tratar de momentos felizes. Situações que valem a pena relembrar, e isso significa reviver.
Saudades daquele lugar onde cresci e vivi a infância. Brincadeiras de criança, o canto dos pássaros, o som da cachoeira, o capão de mato na baixada e os pés de araçá (frutas típicas, nativas) carregados, no ponto para ser degustados.
Sentir saudade é típico do ser humano. Será? Penso que não.
Acredito que até os animais sentem saudades de seus donos.
Outro dia alguém me contava sobre uma cena muito triste. Uma mulher “muito chique” largara em uma praça sua cadelinha que até então era de estimação. O animalzinho choramingava igual a uma criança desamparada. Saíra de um ambiente aconchegante e, agora, amargava aquela triste situação de maus tratos. Não sabia nem virar lata para sobreviver. Nos constrangimos só de imaginar a saudade e a falta  que a cadelinha estava sentindo. Uma dor, um coração partido, saudades daquele lugar onde vivera outrora.
Ora, se até os animais sentem saudades o que diremos nós de nossas lembranças?
Não é preciso lembrar que sentimos saudades de boas situações. As ruins queremos mesmo é esquecer. Lembrar de coisas ruins é sofrer repetidas vezes.
Mas o que dói mais é a saudade de alguém que tenhamos compartilhado todos os tipos de experiências. Pessoa de nossa confiança que não faz mais parte de nossa história. Momentos que se foram e talvez nem voltem mais. É um caso de morte.
Mas não queremos falar de coisas tristes, não. 
Queremos mesmo é lembrar dos momentos felizes compartilhados e que vamos levar para a eternidade.
Vamos recriar outros momentos tão bons ou ainda melhores. Vamos sair, conhecer pessoas novas, trocar experiências e, vamos também “MATAR” a SAUDADE para dar lugar ao nascimento de novas esperanças. Criar coragem e ânimo para uma nova fase da vida mais vibrande, frenética de prazeres e revigorada.
Jorge Oliveira