quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mãe de ontem – Mãe de hoje (será que o dia das mães existe?)

A história aconteceu realmente, aqui mesmo no Brasil, interior de Alagoas.

Minha adorável mãe, parece não ser gente. É um ser diferente. Um ser encantado por tanta bondade e afeto que carrega dentro de si. Pessoa fantástica, simples cheia de graça. Calada, mas sorridente, nunca a vi triste, acho que pelo simples prazer e amor de ver seus filhos quase todos vivos e sãos.

Já passou a preocupação das horas que tanto a atormentava. Acordar no meio da noite, sacrificar horas de sono, preparar o alimento para o recém-nascido e também dos demais.

Seus filhos ainda eram pequeninos e necessitavam de seu aconchego, um afago, um afeto de mãe. Mesmo assim, ainda hoje, depois de criados e independentes, os trata como se criancinhas fossem. Somente ela tem esse trato comportamental. Mãe de ontem, outros tempos.

Ano após ano se fazia mártir ao sentir-se grávida, mas tinha disposição para cuidar e alimentar a prole que crescia sem parar degrau por degrau. Era essa a descrição que se dava para o tamanho de cada um. Formava uma escada que ia do primeiro ao último degrau. Foi assim durante seus primeiros quase vinte anos após seu casamento. Uma mulher de ferro com um valor de ouro.

Foram apenas dezenove filhos. Vejam só a ironia e a contradição atual, um número expressivo.

Apesar da quantidade, ela, em momento algum demonstrava qualquer indiferença. Hoje sempre repete que seus filhos são preciosidades por quem mantém uma admiração sem tamanho. Diz que eles são sua vida.

Criou, educou e hoje alegra-se ao ver os doze remanescentes, pois alguns não estão mais em nosso convívio.
Capítulos aparte, pois o que interessa neste momento é o respeito pelos que se foram e a alegria pelos que ficaram.

Mãe de hoje – uma mãe com as mesmas características afetivas, porém o meio em que vive é completamente outro.

Mãe que não é só mãe, trabalha fora, filhos criados em creches, recebem carinho de estranhos às vezes por um custo pecuniário. Mas o espírito de mãe não muda, é o mesmo, só mudou o modo operandis. Mudou o processo de criação, às vezes é uma mãe que também é pai, sim é comum a aceitação daquela mãe “solteira” ou produção independente, como queiram chamar. Por tudo isso limitou-se também o número de filhos.

O mais interessante é que no dia das mães nada diferencia, “os seres mães” de serem MÃES verdadeiras, este ser supremo, grandioso, cheio de graça, alegrias, fontes de vidas, bondades... Não há palavras que possam descrever este sentimento.
Uma mãe não tem valor vendável porque ela é o próprio valor incomensurável.

É por tudo isso que tenho a ousadia de dizer que o dia das mães não existe, pois o dia das mães é todo dia, o dia todo.
Um grande abraço a todas as mamães do mundo.
Jorge Oliveira

4 comentários:

  1. Belo texto, descrição digna do ser grandioso, Mãe!
    Mãe de primeira viagem, mãe da mãe, mãe que vai até o fim(com todas as adversidades que possam surgir e ainda assim, não abrem mão de seus seres exclusivos, saídos de dentro de si).
    Todas elas, no mundo inteiro, unem-se por algo em comum: fonte inesgotável de amor, são toda amor!

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  2. Jorge, você é um ser impregnado de sentimentos bons. Suas palavras traduzem também o sentimento de muitos. Parabéns pela inspiração.

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  3. Olá Valdir!
    Somente hoje vi seu comentário. É isso aí. Escrevi isso no dia das mães do ano passado, achei que seria bom rever. Obrigado pelas palavras a mim dirigidas. Você tem razão, sou sentimental sim, apesar de meu lado grosseiro. Em todas as minhas ações que considero boas a vontade que tenho é de incluir todos que me cercam. Assim, penso que, também poderiam participar e sentir a mesma energia contagiante. Um abraço
    Jorge

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  4. Realmente meu prezado cunhado Jorge ,apesar de teres escrito isto o ano passado é muito bom lembrar de sua capacidade de transformar em palavras fatos ocorridos a tempos,parabéns sucesso sempre um abração João e Mena.

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